Diário de Adão e Eva


Diário de Adão e Eva é uma livre adaptação do conto homônimo escrito por Mark Twain em 1908. O espetáculo conta a trajetória de um casal primordial nascido no começo da humanidade. A grande força do conto de Mark Twain perpassa pelo conceito das diferenças entre o masculino e o feminino a partir da ótica do casal primordial, ou seja, o olhar de Adão (João Paranhos) sobre Eva (Christiane Veigga) e o de Eva sobre Adão.

As estranhezas decorrentes de seres pertencentes a gêneros diferentes percorreram toda a ação do espetáculo através de humor escrachado tipicamente brasileiro e baiano inserido na adaptação através de um terceiro personagem criado – anjo caído. O olhar diferenciado sobre uma mesma ação cria situações hilariantes entre o masculino X feminino X masculino através de uma leitura despretensiosa sobre o mito em questão.

A direção do espetáculo pretende questionar a tênue linha que separa os gêneros e os absurdos históricos legitimados em nome desta separação. Na montagem em questão o anjo caído (interpretado por Hamilton Lima) serve como um “alterego” do público; revelando e orientando a platéia de forma divertida e participativa o porquê destes olhares tão diferenciado.

Através de recursos audiovisuais o espetáculo reforça o caráter contemporâneo da montagem criando links entre passado e presente. No final da montagem Adão reconhece em Eva a sua complementação e Eva reconhece em Adão uma extensão do seu próprio ser; afinal somos todos só um ser, neste paraíso que é a terra, navegando solta no vazio incomensurável chamado Deus.

A Interpretação dos atores veteranos Christiane Veigga e João Paranhos, em nada naturalista, reforça o exagero do mito através de construções caricaturais dos personagens em questão. O Anjo (Hamilton Lima) norteia a platéia através de uma construção de personagem que resgata o humor das chanchadas brasileiras.

Selecionado pelo projeto de sessão de pautas do Teatro XVIII “Ed o Tal”, fez sua 1ª temporada no referido teatro, contando para a montagem com o patrocínio indelével da Petrobrás. Adaptação do texto, Yulo Cezzar, direção do espetáculo, bem como cenário e figurino foram assinadas por Yulo Cezzar e Grasca;  coreografias e fotografias de Aldren Lincon; trilha sonora de Paulinho Oliveira, edição de video Lindiwe Aguiar e Yulo Cezzar, adereços de Maurício Pedrosa; apoio do Boca de Cena (Maurício Martins); produção e execução de Grasca e Christiane Veigga, realização da Cooperativa Baiana de Teatro através do Grupo de Teatro Bastidores.

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